quarta-feira, 15 de maio de 2013

Como ser feliz?


Escrevo esse texto, de forma totalmente livre, sem me importar se estou sendo coerente ou não.

Hoje cedo eu li essa postagem, no facebook, essa oração em que se entrega a Deus a própria vida e a da família.

Li também uma outra postagem que trazia a letra da música do Chaplin, expressando a dor de alguém que havia perdido um outro alguém muito querido.:

Sorri quando a dor te torturar, E a saudade atormentar, Os teus dias tristonhos vazios;

Sorri quando tudo terminar, Quando nada mais restar, Do teu sonho encantador;

Sorri quando o sol perder a luz, E sentires uma cruz, Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor, E ao notar que tu sorris, Todo mundo irá supor, Que és feliz...


Todos os dias entramos em contato com pessoas que estão passando por momentos de profunda dor. Todos os dias assistimos, em telejornais, a situações mais dramáticas e as dores mais impossíveis de se supor. Se somos pessoas engajadas e participantes nas discussões dos problemas sociais, entramos em contato com outro tipo de sofrimento que é o saber da extrema corrupção que perpassa todos os segmentos de nossa sociedade.

Andando um dia, numa rua qualquer do Rio, eu vi uma pessoa, bem vestida, interessada em comprar um celular de uma mulher que trazia uma criança no colo. Ao fundo podia-se observar um homem sujo e mal vestido, acompanhando atentamente a transação, como se fosse o dono do celular que estava sendo vendido. Provavelmente o objeto era fruto de roubo, seguido ou não de homicídio. Tive vontade de interferir, de peguntar àquele possível comprador, se ele estava consciente do que estava fazendo, mas tive medo, porque sempre passo por aquele local. Deixar de fazer algo que consideramos correto,  por medo, também nos causa uma outra espécie de dor.

Perder um ente querido, se sentir inadequado, cuidar de pessoas queridas que passam por dificuldades inimagináveis, ter medo e paralisar, enlouquecer, entristecer...como não sucumbir ao sofrimento? Como encontrar felicidade nesse mundo conhecido como um mundo de provas e expiações?

Hoje eu acredito que a única forma de ser feliz  é  a entrega irrestrita a essa força que vive dentro e fora de nós, que é conhecida por diversos nomes - Deus, Eu superior, Grande Arquiteto do Universo, que pode fazer com que compreendamos que o que está fora de nós, seja sentido como apenas mais uma experiência que nos vai ensinar o que temos que aprender. É como se fosse uma paisagem criada, com os personagens e as histórias necessárias ao nosso despertamento.

Joana de Angelis (psicóloga que se manifesta através da mediunidade de Divaldo Franco) nos diz que, nesse planeta, é impossível evitar o sofrimento. Existe a morte e as doenças decorrentes da necessidade de vivermos em corpos que se degeneram. Existe o distanciamento, seja puramente a distância que separa seres que se gostam, as separações por incompatibilidade de ilusões, comumente chamado de incompatibilidade de gênio, etc, etc, etc. Seria impossível  enumerar a quantidade de coisas que trazem sofrimento. Mas Joana diz também que permanecer no sofrimento é opcional. 

Saindo de Joana e retornando ao discurso livre, eu sinto que o choque que os acontecimentos nos impõe, a surpresa do inesperado, a dor aguda que o evento nos causa, deve ter um tempo de vida limitado, para o nosso próprio bem. Permitir que a cada momento de recordação, a dor invada nosso campo energético, com a mesma intensidade do momento do evento é suicídio, é recusa da realidade, é ignorar que a maior das Leis que regem o universo é a Lei do aprendizado, que é a Lei do espírito: enquanto não aprendermos o que temos que aprender, vamos continuar tendo experiências que nos levem a esse aprendizado

Compreenda, aceite e se livre da dor: essa é a única  conclusão a que posso chegar. Não aceitar é bloquear o  fluxo de energia do seu corpo, provocando a fixação da experiência no corpo, como se o evento estivesse se repetindo a todo momento, da mesma forma. Dessa forma consigo responder a uma pergunta que me faço sempre: porque as pessoas ficam marcadas pela experiência de formas diferentes? Para mim, essa resposta está na aceitação.
Não aceitar as experiências é acelerar a morte, mantendo o desequilíbrio marcado no corpo sob a forma de doenças ou bloqueios de energia que acabam gerando disfunções nos diversos sistemas que compõe o corpo humano. Aceitar é permitir que a energia corporal volte a fluir com liberdade, garantindo a oxigenação correta de todas as células e o apropriado funcionamento dos diversos sistemas do organismo.

Aceitar é saber que nada poderia ocorrer de forma diferente do que ocorreu. É não se iludir, com pensamentos de cobrança de atitudes que não poderíamos ter tomado. Aceitar é não responsabilizar pessoas por atitudes que não tomaram, porque se fosse possível elas teriam feito. Aceitar é saber que existe muita coisa que sequer supomos a sua existência. Aceitar é não se supor vítima do mundo, é saber que no mundo existe uma justiça que não conseguimos entender, mas que existe e atua através dos inúmeros elementos que compõe esse sistema planetário. 

Na medida em que desenvolvemos essa capacidade de aceitação, vamos aumentando a nossa capacidade de sermos felizes. Porque? Porque nossos corpos e suas capacidades de viver as experiências estarão preservadas, o que significa que poderemos também receber estímulos de experiências positivas, sejam elas físicas, emocionais ou espirituais! Não precisaremos mais viver presos na experiência "ruim", Poderemos começar a sentir o que os orientais nos dizem o tempo todo: TUDO PASSA. nem o que consideramos bom, nem o que consideramos mau, podem permanecer como bloqueadoras do nosso fluxo de energia, porque o corpo nos foi legado para viver experiências e não para ficarmos parados em nenhuma delas. Qual é a regra do mundo: APRENDER, APRENDER E APRENDER e para manter isso tudo em movimento temos que ACEITAR, ACEITAR E ACEITAR.

Devo dizer aqui para finalizar esse texto, que aprendi muita coisa escrevendo. Iniciei com um sentimento de que o post do face sob entrega era um pouco um lugar comum, algo vazio e sem sentido, só existindo com o objetivo de consolar. Termino o texto com o sentimento de que faz muito sentido para mim a entrega. Passa a ser a diferença entre cumprir o que vim fazer e não cumprir. Sinto-me feliz e agradecida. 

Grande abraço e que possamos ser felizes.


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